Proposta de encenação


O espetáculo foi concebido a partir de estudos da performance e a performance art. Pretende-se criar uma cena performativa, na qual a justaposição e constante deslocamento dos signos cênicos geram sentidos instáveis. Tanto atuação (corpo e voz) quanto a cenografia, figurino, iluminação, música, ambiência sonora e texto apontam a cada cena universos diferentes, habitados por uma mesma atriz, que esboça diversas mulheres em suas performances.
A hibridez de linguagem (dança, vídeo, teatro, ritual) se revela no percurso dos 8 quadros do espetáculo, que reorganizam o espaço dividido pela atriz e pelos participes a todo momento,  procurando estabelecer constantemente novas redes de contaminação nos corpos que compartilham este mesmo tempo-espaço de experiência sinetésica.
 A encenação e a dramaturgia partiram de pesquisas sobre mulheres carcerárias e egressas do sistema carcerário de Joinville, mas expandiram o universo abordado pelo espetáculo para as muitas prisões femininas. Mulheres são poeticamente desenhadas em seus papéis sociais, conflitos internos e situações de coerção política.
A construção cênica não-dramática, calcada na performatização da atuação e nas relações polifônicas e dialógicas dos signos constituintes do espetáculo, procura oferecer uma pluralidade de significados em sua totalidade, compilando signos não ilustrativos e sim polissêmicos, incluindo a utilização de mídias diversas. 

Um comentário:

  1. Assisti ao espetáculo em Tijucas, adorei. A relação público/atriz é intensa e para mim surpreendente. Obrigado pelas sensações e pela noite de descobrimentos. Fabiano J. Dantas

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